quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Chapa 73 conversa com estudantes em debate

Os candidatos da Chapa 73, Compromisso com a UnB, a reitor e vice-reitora da UnB, Márcio Pimentel e Sônia Báo, dialogaram diretamente com os estudantes no debate promovido pelos Centros Acadêmicos de Direito, Relações Internacionais e Ciência Política. O encontro aconteceu no auditório Joaquim Nabuco, na noite de terça-feira, 2 de setembro.

Enquanto seus oponentes trocaram farpas e acusações, Márcio Pimentel e Sônia Báo usaram seu tempo para discutir o futuro da universidade e apresentar suas propostas para a gestão da UnB. "É lamentável que alguns colegas venham à frente dos estudantes da nossa universidade para se acusarem mutuamente, baixando o nível do debate. O meu compromisso com a UnB é voltarmos à normalidade, para que tenhamos tranqüilidade para estudar e trabalhar", reforçou Pimentel.

Confira os principais pontos abordados por Márcio Pimentel e Sônia Báo no debate entre os candidatos:

- Atuação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios em relação às fundações: "Algumas fundações desviaram-se de suas funções originais e estatutárias. Elas foram criadas para apoiar a atividade científica, traduzindo a captação de recursos em melhorias para a universidade, sua infra-estrutura. A atuação do Ministério Público foi essencial para corrigir esses desvios. Precisamos de mais controle. Somos nós que credenciamos as fundações e temos o direito e o dever de dizer o que queremos ou não que elas façam"

- Cotas e ações afirmativas: "É inegável a mudança na constituição do alunado da UnB com a adoção das cotas raciais. Temos que lembrar que não há cotas para indígenas. É preciso abrir mais espaço para indígenas, por exemplo, que atualmente ocupam vagas de evasão por meio de convênio com a FUNAI. Precisamos observar, no entanto, que devemos nos preocupar com a permanência desses estudantes na universidade. Uma de nossas propostas é rediscutir o sistema de cotas e ampliar para permitir também o corte social, e não apenas o racial"

- Ponto positivo da gestão anterior da UnB: "É preciso ter humildade e sabedoria para reconhecermos e identificarmos as coisas boas que foram feitas. Entre elas, é inegável o valor da expansão da UnB para outras cidades do DF e a ampliação de vagas. Outro avanço importante foi o crescimento da pós-graduação nos últimos anos, tanto em volume quanto em qualidade"
- Vinculação partidária de reitores: "A filiação a partidos deve ser incentivada como ato de cidadania. Não há problema nenhum de o reitor ser filiado a partidos. O que não pode acontecer é a interferência desses partidos na vida acadêmica e administrativa da universidade, que não deve ter amarras. Defendemos uma universidade livre, sem influências de partidos ou grupos de interesse"

- Empreendedorismo: "A UnB está muito atrás de outras universidades brasileiras no desenvolvimento tecnológico. O Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) tem feito um trabalho muito grande, mas estamos atrasados na gestão política para trazer um parque tecnológico para a universidade e melhorar a relação com o setor empresarial. Essa relação só traz benefícios, especialmente para os alunos, que terão local para vivenciar o lado prático da profissão, o desenvolvimento técnico e ainda terão lugar para trabalhar quando formados. Patentes são riqueza e conhecimento que voltam para os estudantes e para a universidade"

- Critérios para escolher decanos: "Nosso compromisso é com a UnB. Para a discussão de cargos na administração, orientaremos a escolha por mérito, conhecimento técnico, capacidade e compromisso com a universidade, além de avaliar a trajetória das pessoas na instituição. Para ter uma boa gestão, é fundamental a participação de pessoas que tenham bom diálogo com os segmentos da comunidade acadêmica. É fundamental que essa equipe possa conferir transparência aos atos e à gestão como um todo"

- Garantia de indissociabilidade do tripé ensino, pesquisa e extensão e da qualidade da UnB: "Dizem por aí que o Reuni é neoliberal. Não é. É um projeto que prevê e promove a recuperação da universidade pública e defende a ampliação das vagas de acesso. As federais sofreram uma retração na oferta de vagas e o Reuni enfrenta esse gargalo, prevendo recursos inclusive para a contratação de professores, servidores e construção de prédios. O projeto tem, como vantagem principal, oferecer as condições mínimas para garantir a qualidade da expansão, que é fundamental"