Ana Maria Fernandes (*)Esta eleição talvez seja uma das mais difíceis, ou a mais difícil da história da UnB. Há muita coisa em jogo. Todo o futuro e a redefinição do papel desta instituição. Todos sabemos que vivemos momentos difíceis, e a nomeação da gestão pro tempore, por seis meses, foi traduzida e entendida por setores interessados e beneficiados como gestão para sempre. A questão é: vamos permitir que essa gestão continue e se perpetue?
A resposta a esta pergunta foi respondida, parcialmente, pela mobilização de um grande grupo que apresentou as candidaturas de Márcio Pimentel e de Sónia Báo e será respondida, de forma definitiva, na apuração dos votos. Esperamos que tudo transcorra como planejado e decidido.
Talvez pelo fato de a UnB estar tão próxima dos Palácios governamentais e do Congresso Nacional, as tentativas de partidarizar a gestão e a vida desta universidade sejam tão constantes. Ameaça que, agora, está mais forte. A gestão de uma universidade deve ser guiada pelos ideais e limites acadêmicos, profissionais, morais, éticos e meritocráticos. A ciência e a política, principalmente a partidária, não se misturam. Como água e óleo, têm objetivos e interesses muito distintos.
Para não me alongar numa aula de Sociologia de Max Weber, distinguindo brilhantemente a Ciência e a Política como vocação, quero apenas salientar que a candidatura de Márcio Pimentel e Sônia Báo ancora-se em várias bases muito sólidas:
- em ideais, vocação e experiência acadêmica, administrativa e de convívio exemplar na UnB;
- eles são experientes o suficiente para saber preservar o que a nossa UnB tem de bom e positivo e também jovens o suficiente para mudar o que for necessário;
- eles são candidatos de um modelo de universidade que é consagrado e que funciona bem, mundo afora, e não de um Partido Político, de uma obsessão pessoal ou de interesses corporativos de pequenos grupos;
- eles são alinhados com o sonho original da UnB, querem ver a instituição voltar a ser vanguarda e referência nos mais diversos campos do saber, com forte valor humanístico, referenciada no mérito científico, calcada no conhecimento, como também é a vontade de estudantes, professores e servidores.
A Comunidade Universitária está sentindo um vazio muito grande, uma falta de perspectiva. Por isso, os nomes de Márcio Pimentel e Sônia Báo são os mais indicados para, como reitor e vice-reitora da UnB, reconduzirem a UnB a seu bom funcionamento, aprimorando e democratizando a gestão de acordo com suas propostas de campanha e o debate e acompanhamento dos vários segmentos. Agora, temos de ir buscar, voto a voto, entre os professores, servidores e alunos, a legitimidade para eles administrarem a universidade.
Quem viveu, na UnB, as gestões partidarizadas, não quer repetir aquela triste experiência, tanto em termos administrativos quanto acadêmicos. Portanto, ao trabalho, e não só na eleição, mas também durante toda a gestão, com esperança e trabalhando para um futuro promissor para esta instituição. Parabéns Márcio Pimentel e Sônia Báo pela coragem de vocês, de enfrentarem essa eleição e a definição de uma nova etapa na vida da Universidade de Brasília.
Essa chapa 73, Compromisso com a UnB, almeja, para essa instituição, o cumprimento de sua finalidade, de seus objetivos, a qualidade acadêmica, a gestão compartilhada e transparente, a autonomia, a diversidade, a pluralidade, a liberdade, e, por que não, a sensação do dever cumprido, das metas alcançadas, do retorno à sociedade dos resultados do trabalho realizado nessa universidade por todos os seus segmentos.
E são estes segmentos unidos que decidirão o futuro da Universidade de Brasília, e não uma cartilha ou o diretório de um Partido Político.
Rumo à vitória!
(*) Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, ex-Reitora interina da UnB, ex-Decana de Pesquisa e Pós-Graduação, Professora Titular do Departamento de Sociologia, Pesquisadora do Ceppac.
